Criado em 1997, o parcelamento sem juros no cartão de crédito é o tipo de transação que já cresceu a ponto de superar a emissão de cheques pré-datados no ano passado, mas essa grande atração para bolsos de todos os tamanhos pode ter fim no país. Muito brasileiros se acostumaram com esse modelo atraente de compra, mas alguns lojistas já adotam encargos no parcelamento."Pode ser que em quatro ou cinco anos mude esse cenário", diz Fernando Chacon, diretor de Marketing da Itaú Cartões. Segundo ele, quem mais sofre com o parcelamento sem encargos é o estabelecimento, cujas margens diminuem dependendo do prazo e do custo do produto.Ele admite, no entanto, que há resistência entre os varejistas para atuar desta maneira. "O espaço é pequeno pois o brasileiro tem ojeriza à palavra juros e isso dificulta para os lojistas, que não têm coragem", diz Chacon.Para os bancos, esse modelo de financiamento sem juros também não corresponde exatamente à tradicional operação de emprestar para ganhar sobre o prazo do financiamento. Os ganhos nesse caso são associados à fidelização do usuário."Nós colocamos o banco no bolso do cliente", diz Chacon. O parcelamento sem juros, na visão dele, sustenta uma relação de longo prazo e permite abordagem para venda de produtos associados, como seguros e planos de previdência, por exemplo.Ainda assim, ele afirma que a rede Extra de supermercados e a varejista de eletroeletrônicos Fast Shop já adotam a inclusão de encargos na venda parcelada em cartão de crédito.Segundo Chacon, o sonho de todos os comerciantes é o fim desse modelo e a cobrança de encargos, mas na prática o que acontece é a adoção de um único preço tanto no modelo parcelado como no à vista.
(Valor Online)
Nenhum comentário:
Postar um comentário