A última edição da revista "Getúlio", da FGV, relata dissertação de mestrado de Fernando de Castro Fontainha, defendida em 2006 na Universidade Federal Fluminense, sob o título: "O ‘empreendedor’ como novo tipo de juiz: um diagnóstico a partir da informatização dos tribunais brasileiros".
"A jurisprudência ainda não se solidificou no sentido de orientar a informatização dos tribunais e responsabilizar seus gestores", afirma o autor. Seu orientador foi Roberto Fragale Filho e participaram da banca os professores Samuel Rodrigues Barbosa, Cláudia Maria Barbosa e Marcelo Baumann Burgos.
"A principal descoberta deste trabalho foi identificar o empreendedorismo judicial como uma nova e eficiente estratégia de carreira, que tende a impor relevantes mudanças na dinâmica institucional dos tribunais brasileiros", afirma o prof. Samuel Rodrigues.
A revista registra que "experiências como a certificação de varas cíveis pelo ISO9002 revelaram um espaço aberto no Judiciário e um movimento por uma parte dos juízes no sentido de ocupá-lo: "Decidi revelar a contradição entre um espaço tradicional hierarquizado, uma corporação de burocratas e o surgimento desses novos juízes empreendedores", diz Fontainha.
Ele viu com curiosidade o serviço de "drive-thru" no Tribunal de Justiça do Distrito Federal: um quiosque do tribunal instalado na calçada, onde é possível entregar petições sem sair do carro.
"Não há de fato no Brasil um projeto para a privatização dos tribunais. O que ocorre - e o surgimento do juiz empreendedor é um bom termômetro - é a entrada no campo judiciário de uma visão de mundo agregada de referências com uma nova ordem econômica", afirma o autor da dissertação.
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