Os executivos que se esforçam por fomentar a criatividade costumam usar a expressão "pensar fora da caixa" para encorajar seus subordinados a aparecer com idéias que não tenham ocorrido a ninguém mais. Mas Patricia Ryan Madson, uma atriz cuja especialidade é a improvisação, teve uma idéia melhor: olhar dentro da caixa e descobrir novas maneiras de encarar e de utilizar o que ela contém.
Autora de um livro sobre "a sabedoria do improviso", Madson ajuda organizações a encontrar novas maneiras de desenvolver um caminho para o inesperado. Virar de cabeça para baixo o processo de planejamento, ela afirma, é parte importante de aprender como reverter a rotina.
"Todos nós somos criadores, dadas condições propícias e autorização para que o sejamos", ela afirma. "Muitas vezes, a cultura de uma empresa quer que as pessoas sejam criativas, mas não cometam erros. A improvisação abre portas para fazer as coisas de outra maneira".
Em oficinas e seminários, os consultores de improvisação fazem executivos taciturnos sair da cadeira, criando situações novas às quais eles devem reagir, encorajando-os a pular, correr, dizer maluquices, bater palmas, cantar, dançar, mexer com brinquedos, sentar na mesa, engatinhar e em geral, oferecer pontos de vista aparentemente amalucados. A tensão se desfaz. A competição perde a importância. E as idéias novas miraculosamente começam a fluir.
Isso não equivale a dizer que todas as sessões de criação em uma empresa deveriam se transformar em cenas de comédia. Mas a abertura e a descontração que caracterizam o improviso podem criar um senso de cooperação e afirmação que não surge naturalmente em locais de trabalho altamente competitivos. Quando os trabalhadores abatem as idéias alheias para promover as próprias, conceitos incipientes que poderiam se transformar em algo brilhante morrem sem florescer.
Em lugar disso, Madson e outros consultores de improvisação, entre os quais uma equipe chamada On Your Feet, de Portland, Oregon, esperam criar o que ela define como uma "cultura do sim".
"Dizer sim parece algo implícito, mas na verdade é profundo", afirma a consultora. Idéias novas costumam começar a encontrar barreiras momentos depois de propostas, conduzindo a uma atmosfera de 'ah, isso não pode ser feito'", ela diz. "A idéia do improviso, de dizer sim desde o começo, permite que os executivos e profissionais debatam idéias que usualmente seriam descartadas de imediato".
Madson é professora sênior de arte dramática na Universidade de Stanford desde 1977, e seu interesse no uso da improvisação para melhorar as técnicas de gestão e educação evoluiu lentamente. Por mais brilhantes que fossem, os alunos de Stanford costumavam se concentrar em oferecer o que viam como a resposta certa a uma pergunta, mas sempre encontravam problemas quando a tarefa envolvia desenvolver respostas originais.
Com grande freqüência, o cérebro do estudante - para não mencionar o do empresário - está em busca de uma fórmula a adotar, que se prove capaz de resolver de maneira convencional os problemas de negócios. Mas isso pode bloquear o pensamento inovador sobre uma situação.
Madson descobriu que ensinar os estudantes a reagir rapidamente àquilo que confrontam poderia inspirar idéias novas. "O processo decerto é útil para os atores", ela diz. "Mas executivos, engenheiros e pessoas em transição estão em busca de apoio para que possam dizer sim por conta própria. Muitas vezes, os sistemas que adotamos para garantir nossa segurança nos impedem de ser criativos".
O pensamento improvisado pode abrir a porta ao que algumas pessoas definem como "acidentes afortunados". Existem muitos exemplos. A molécula que viria a resultar no Viagra surgiu originalmente para o tratamento da hipertensão e, mais tarde, da angina. Quando ela não fez muito efeito sobre os dois problemas, a Pfizer quase abandonou seu desenvolvimento. Mas pesquisadores intrigados com os efeitos colaterais que ela apresentava terminaram por obter permissão para desenvolvê-la como medicamento contra a disfunção erétil.
Até mesmo a On Your Feet resulta de um "acidente afortunado", como contam seus criadores. "Em uma tarde chuvosa de novembro de 1996", eles afirmam no site do grupo, http://www.oyf.com, "dois caras carecas de óculos se conheceram em uma padaria de Portland por conta de um papo sobre uma camiseta e, por completo, acidente criaram uma consultoria que usa a improvisação e outras técnicas para ajudar organizações a criar, se relacionar e se comunicar, tudo isso enquanto se divertem muito".
A empresa hoje emprega os talentos de "um ex-planejador de publicidade, um antropólogo, dois instrutores de ioga, diversos atores especializados em improvisação, um dono de sorveteria e um antigo carteiro/bioquímico". O pessoal da empresa vive em diversos lugares - Portland, Londres, Dublin e Hornillo, na Espanha, são alguns exemplos.
Madson aponta que até mesmo o mais bem planejado negócio pode fracassar. Os adeptos do improviso não perdem tempo porque descobrem rapidamente aquilo que não está funcionando ou o que poderia acarretar sucesso e nem foi tentado. Por definição, o improviso envolve erros, e grande número deles, mas é isso que os orienta a novos caminhos.
Madson reconhece que uma cabeça formada pelos negócios pode relutar em aceitar a improvisação, porque o improviso não se preocupa com o futuro. "O futuro cuidará de si mesmo, se formos criativos agora", diz ela. "Você abandona o planejamento como modo primário de trabalho, mas isso não significa que não usa estratégias e sistemas conhecidos para avançar".
Autora de um livro sobre "a sabedoria do improviso", Madson ajuda organizações a encontrar novas maneiras de desenvolver um caminho para o inesperado. Virar de cabeça para baixo o processo de planejamento, ela afirma, é parte importante de aprender como reverter a rotina.
"Todos nós somos criadores, dadas condições propícias e autorização para que o sejamos", ela afirma. "Muitas vezes, a cultura de uma empresa quer que as pessoas sejam criativas, mas não cometam erros. A improvisação abre portas para fazer as coisas de outra maneira".
Em oficinas e seminários, os consultores de improvisação fazem executivos taciturnos sair da cadeira, criando situações novas às quais eles devem reagir, encorajando-os a pular, correr, dizer maluquices, bater palmas, cantar, dançar, mexer com brinquedos, sentar na mesa, engatinhar e em geral, oferecer pontos de vista aparentemente amalucados. A tensão se desfaz. A competição perde a importância. E as idéias novas miraculosamente começam a fluir.
Isso não equivale a dizer que todas as sessões de criação em uma empresa deveriam se transformar em cenas de comédia. Mas a abertura e a descontração que caracterizam o improviso podem criar um senso de cooperação e afirmação que não surge naturalmente em locais de trabalho altamente competitivos. Quando os trabalhadores abatem as idéias alheias para promover as próprias, conceitos incipientes que poderiam se transformar em algo brilhante morrem sem florescer.
Em lugar disso, Madson e outros consultores de improvisação, entre os quais uma equipe chamada On Your Feet, de Portland, Oregon, esperam criar o que ela define como uma "cultura do sim".
"Dizer sim parece algo implícito, mas na verdade é profundo", afirma a consultora. Idéias novas costumam começar a encontrar barreiras momentos depois de propostas, conduzindo a uma atmosfera de 'ah, isso não pode ser feito'", ela diz. "A idéia do improviso, de dizer sim desde o começo, permite que os executivos e profissionais debatam idéias que usualmente seriam descartadas de imediato".
Madson é professora sênior de arte dramática na Universidade de Stanford desde 1977, e seu interesse no uso da improvisação para melhorar as técnicas de gestão e educação evoluiu lentamente. Por mais brilhantes que fossem, os alunos de Stanford costumavam se concentrar em oferecer o que viam como a resposta certa a uma pergunta, mas sempre encontravam problemas quando a tarefa envolvia desenvolver respostas originais.
Com grande freqüência, o cérebro do estudante - para não mencionar o do empresário - está em busca de uma fórmula a adotar, que se prove capaz de resolver de maneira convencional os problemas de negócios. Mas isso pode bloquear o pensamento inovador sobre uma situação.
Madson descobriu que ensinar os estudantes a reagir rapidamente àquilo que confrontam poderia inspirar idéias novas. "O processo decerto é útil para os atores", ela diz. "Mas executivos, engenheiros e pessoas em transição estão em busca de apoio para que possam dizer sim por conta própria. Muitas vezes, os sistemas que adotamos para garantir nossa segurança nos impedem de ser criativos".
O pensamento improvisado pode abrir a porta ao que algumas pessoas definem como "acidentes afortunados". Existem muitos exemplos. A molécula que viria a resultar no Viagra surgiu originalmente para o tratamento da hipertensão e, mais tarde, da angina. Quando ela não fez muito efeito sobre os dois problemas, a Pfizer quase abandonou seu desenvolvimento. Mas pesquisadores intrigados com os efeitos colaterais que ela apresentava terminaram por obter permissão para desenvolvê-la como medicamento contra a disfunção erétil.
Até mesmo a On Your Feet resulta de um "acidente afortunado", como contam seus criadores. "Em uma tarde chuvosa de novembro de 1996", eles afirmam no site do grupo, http://www.oyf.com, "dois caras carecas de óculos se conheceram em uma padaria de Portland por conta de um papo sobre uma camiseta e, por completo, acidente criaram uma consultoria que usa a improvisação e outras técnicas para ajudar organizações a criar, se relacionar e se comunicar, tudo isso enquanto se divertem muito".
A empresa hoje emprega os talentos de "um ex-planejador de publicidade, um antropólogo, dois instrutores de ioga, diversos atores especializados em improvisação, um dono de sorveteria e um antigo carteiro/bioquímico". O pessoal da empresa vive em diversos lugares - Portland, Londres, Dublin e Hornillo, na Espanha, são alguns exemplos.
Madson aponta que até mesmo o mais bem planejado negócio pode fracassar. Os adeptos do improviso não perdem tempo porque descobrem rapidamente aquilo que não está funcionando ou o que poderia acarretar sucesso e nem foi tentado. Por definição, o improviso envolve erros, e grande número deles, mas é isso que os orienta a novos caminhos.
Madson reconhece que uma cabeça formada pelos negócios pode relutar em aceitar a improvisação, porque o improviso não se preocupa com o futuro. "O futuro cuidará de si mesmo, se formos criativos agora", diz ela. "Você abandona o planejamento como modo primário de trabalho, mas isso não significa que não usa estratégias e sistemas conhecidos para avançar".
Do br.invertia.com
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