BILIONÁRIO, POLÊMICO, empreendedor, poderoso, temido. Em síntese, assim era Cecílio do Rego Almeida, dono da construtora CR Almeida, que morreu no último dia 24 de março, em Curitiba, vítima de um infarto. Tinha 78 anos e uma biografia que mistura sucessos empresariais a escândalos. Paraense radicado em Curitiba, ganhou notoriedade nacional pelas controvérsias e por escancarar o lado nebuloso de sua atividade. Ovelha negra do clube dos homens que fizeram fortuna construindo grandes obras e mantendo uma estreita ligação com políticos poderosos, por várias vezes ele abandonou a discrição e foi protagonista em denúncias de corrupção, suspeitas de grilagem de terras, grampos telefônicos e até remessa ilegal de dinheiro para fora do Brasil.
Cecílio, como era chamado, começou a trabalhar aos nove anos como vendedor de laranja e palmito. Na adolescência, mudou-se para Curitiba, onde conseguiu um emprego de mensageiro dos Correios e, mais tarde, cursou engenharia. Talentoso com números, dava aulas de matemática para sobreviver. Sua trajetória começou a mudar quando um amigo arranjou um emprego numa construtora da capital paranaense. Nesse período, Cecílio passou a manter contato com pessoas influentes do meio político. Em 1958, criou a CR Almeida, que funcionava na garagem da casa de seu pai. O grande salto ocorreu durante o governo do presidente Juscelino Kubitschek, quando obteve a licitação para construir estradas no interior do Brasil.
Cinqüenta anos depois da criação, a CR Almeida é um conglomerado de 30 empresas que atuam nas áreas de construção pesada, indústria química e concessão de rodovias, com patrimônio estimado em R$ 9,4 bilhões. O porte da empresa levou seu fundador a ser incluído na lista dos bilionários da revista Forbes nos anos 90. As polêmicas ofuscaram, no entanto, a distinção. Em 1971, por exemplo, o empreiteiro gravou uma conversa com o então governador do Paraná, Haroldo Leon Peres, que lhe pedia US$ 1 milhão para liberar pagamentos. Peres perdeu o cargo. Anos depois, Cecílio foi acusado de grampear outro governador paranaense, Álvaro Dias. A intimidade com poderosos sempre despertou suspeitas. Em 1989, doou US$ 730 mil para a campanha presidencial de Fernando Collor de Mello. Cecílio justificou dizendo que era rico e fazia com o dinheiro o que bem entendia. Em 2001, Cecílio foi incluído no cadastro do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) como um dos maiores grileiros de terras do Brasil. O dono da CR Almeida havia comprado 4,7 milhões de hectares no Pará, área maior que a Jamaica. O problema é que, segundo denúncias, essas terras pertenciam à União e não poderiam ter sido vendidas. O caso arrasta-se na Justiça até hoje.
Os problemas de saúde afastaram Cecílio da presidência da CR Almeida em 1999, quando transmitiu o cargo para o sobrinho Pedro Beltrão Fratelli. Mas manteve até os últimos dias o posto de presidente do Conselho de Administração. “Ele não conseguia abandonar a empresa”, diz Fratelli. “Telefonava quase todos os dias, dava sugestões, pedia alguma coisa.” Fratelli conta que, nas últimas semanas, havia ouvido do tio pela primeira vez a palavra aposentadoria. “Ele estava pensando em parar aos 80 anos.”
Cecílio, como era chamado, começou a trabalhar aos nove anos como vendedor de laranja e palmito. Na adolescência, mudou-se para Curitiba, onde conseguiu um emprego de mensageiro dos Correios e, mais tarde, cursou engenharia. Talentoso com números, dava aulas de matemática para sobreviver. Sua trajetória começou a mudar quando um amigo arranjou um emprego numa construtora da capital paranaense. Nesse período, Cecílio passou a manter contato com pessoas influentes do meio político. Em 1958, criou a CR Almeida, que funcionava na garagem da casa de seu pai. O grande salto ocorreu durante o governo do presidente Juscelino Kubitschek, quando obteve a licitação para construir estradas no interior do Brasil.
Cinqüenta anos depois da criação, a CR Almeida é um conglomerado de 30 empresas que atuam nas áreas de construção pesada, indústria química e concessão de rodovias, com patrimônio estimado em R$ 9,4 bilhões. O porte da empresa levou seu fundador a ser incluído na lista dos bilionários da revista Forbes nos anos 90. As polêmicas ofuscaram, no entanto, a distinção. Em 1971, por exemplo, o empreiteiro gravou uma conversa com o então governador do Paraná, Haroldo Leon Peres, que lhe pedia US$ 1 milhão para liberar pagamentos. Peres perdeu o cargo. Anos depois, Cecílio foi acusado de grampear outro governador paranaense, Álvaro Dias. A intimidade com poderosos sempre despertou suspeitas. Em 1989, doou US$ 730 mil para a campanha presidencial de Fernando Collor de Mello. Cecílio justificou dizendo que era rico e fazia com o dinheiro o que bem entendia. Em 2001, Cecílio foi incluído no cadastro do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) como um dos maiores grileiros de terras do Brasil. O dono da CR Almeida havia comprado 4,7 milhões de hectares no Pará, área maior que a Jamaica. O problema é que, segundo denúncias, essas terras pertenciam à União e não poderiam ter sido vendidas. O caso arrasta-se na Justiça até hoje.
Os problemas de saúde afastaram Cecílio da presidência da CR Almeida em 1999, quando transmitiu o cargo para o sobrinho Pedro Beltrão Fratelli. Mas manteve até os últimos dias o posto de presidente do Conselho de Administração. “Ele não conseguia abandonar a empresa”, diz Fratelli. “Telefonava quase todos os dias, dava sugestões, pedia alguma coisa.” Fratelli conta que, nas últimas semanas, havia ouvido do tio pela primeira vez a palavra aposentadoria. “Ele estava pensando em parar aos 80 anos.”
Da istoé.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário