terça-feira, 21 de abril de 2009

O princípio do 80/20 do potencial produtivo

Para obter sucesso de forma mais fácil e rápida, devemos reconhecer e aceitar o potencial das outras pessoas: o que, quando e onde posso aprender com elas? Em seguida, deixemos de lado os discursos e apostemos em ações reais, fazendo disso um hábito, entendido como a combinação de apanhar, aprender e avançar. As empresas devem se concentrar, portanto, nas pessoas com este costume, as quais se movem por automotivação, ao contrário daquelas que sempre esperam e exigem ser motivadas. Nós temos a vocação de nos descobrir; uma força que não precisa de motivação externa para executar sua tarefa.

Não dá para negar que isso exige humildade, trabalho e paciência. Podemos também buscar apoio em um trabalho de Howard Gardner sobre a inteligência humana, recentemente publicado na Revista Veja (25 de julho de 2007). Ele defende oito tipos de inteligência: a lingüística, a lógica, a espacial, a musical, a corporal, a naturalista, a intrapessoal e a interpessoal. Como o autor afirma, com esforço, a inteligência pode ser aprimorada. Se, via de regra, não estamos dotados com genes de gênio, mas sabemos que a criança aprende em um ano um múltiplo comparado com o adulto, por que não se educar ou educar para se expor, principalmente até a idade de 25 anos, onde o impacto de experiências é mais forte a ambientes que contribuem para a formação da inteligência humana? Como exemplo, que tal menos TV e mais jogos educativos?

As pessoas “educadas” conseguem sair da mesmice, do esquema de comando e controle, da hierarquia e da burocracia. As empresas procuram gente capaz de se autodesenvolver, questionar padrões, produzir opções e se fazer percebida. Portanto, entre os oito tipos de inteligência acima, os mais determinantes para o sucesso profissional são: a inteligência intrapessoal – trabalhar os próprios defeitos e virtudes; a naturalista – disposição de compreender a mudança como um fenômeno natural que compromete padrões; a lógica – capacidade de analisar e tirar conclusões que levam às soluções, e, a interpessoal – habilidade de influenciar e exercer liderança.

O poder da competitividade não está nos chefes ou na política da empresa, e sim em cada talento e líder, mais conhecidos como high potentials. A partir de seu círculo de influência, cada indivíduo terá de sair da própria sombra, tomar iniciativas, exceder o âmbito de sua tarefa para expandir sua atuação e expor-se a situações que desafiam para superar limites e criam oportunidades para exceder os resultados esperados.

Assim procedendo, percebemos uma maior confiança em nós mesmos e nos fazemos percebidos para ser lembrados e convidados para oportunidades de crescimento profissional. Apenas as pessoas improdutivas insistem em se considerar vítimas.

Conclusões empíricas indicam que, em média, o ser humano não explora mais do que 20% do seu potencial produtivo. Ou seja, em média, 80% do nosso potencial produtivo estão “hibernando”. Se conectarmos esta constatação a uma outra pesquisa (Stephen Covey) que diz que quatro “disciplinas” representam 20% de ações que produzem 80% das soluções, podemos trabalhar o fator 20/80 da seguinte maneira:

1 – É preciso traduzir os objetivos que perfazem 80% do impacto sobre o resultado geral em ações específicas;
2 – Em seguida, é necessário estabelecer até cinco prioridades, entendidas como assuntos que absorvem 80% dos recursos, como pessoas, dinheiro e tempo;
3 – Deve-se criar um plano gráfico de avaliação de progresso, que registre as escalas 20%, 40%, 60%, 80% de progresso, com as respectivas ações a serem tomadas para chegar nos 100%;
4 – Por último, é preciso aplicar um estilo de liderança onde 20% são direção e controle. 80% espaço da responsabilidade de cada um, isoladamente, ou de cada equipe.

Para tanto, deve-se trabalhar para que os 80% do potencial produtivo latentes sejam uma oportunidade e não uma ameaça.

Por Werner Kugelmeier do site rh.com.br

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