domingo, 14 de junho de 2009

Airbus pode reduzir produção em até 25% nos próximos dois anos

Executivos da fabricante europeia de aviões Airbus disseram neste fim de semana que a produção da empresa pode cair até 25% nos próximos dois anos, devido ao ajuste da empresa às condições mais difíceis do mercado, segundo reportagem deste domingo no site do diário americano "The New York Times" ("NYT").

No início deste ano, a Airbus informou que planejava reduzir a produção dos modelos A320 a 34 unidades por mês, contra um plano de 40 unidades, enquanto a produção do modelo A330 seria reduzida de 10 por mês a pouco mais de oito unidades. A do modelo A380 foi reduzida de 18 para 14 unidades por mês.

Essa redução (que corresponde a cerca de 15%), no entanto, pode não ser suficiente para lidar com a queda na demanda por parte das companhias aéreas. O executivo-chefe da EADS (que controla a Airbus), Louis Gallois, disse ontem que a fabricante tem flexibilidade para ir além dos cortes planejados no início do ano.

O "NYT" cita dados da Iata (Associação Internacional de Transporte Aéreo, na sigla em inglês), divulgados na última segunda-feira (8), que mostram o setor deverá perder US$ 9 bilhões em neste ano --uma projeção que equivale quase ao dobro dos US$ 4,7 bilhões estimados há apenas dois meses.

"Estamos muito atentos ao que acontecerá no segundo semestre, para ver se alcançaremos o fundo da piscina", disse Gallois. "Não temos condição de ver qual será a profundidade da crise."

O executivo-chefe da Airbus, Thomas Enders, disse que a cúpula da empresa pode prever cortes "em algum lugar entre 15% e 25%" entre 2010 e 2011, se o ritmo fraco do setor de companhias aéreas continuar fraco.

O secretário-geral da Iata, Giovanni Bisignani, disse neste mês que as entregas de aviões devem cair cerca de 30% neste ano.

Gallois e Enders disseram que a Airbus deve ser capaz de efetuar a redução na produção sem ter de recorrer a cortes de empregos. "Mas claro, isso tem um limite", afirmou Gallois. "temos de ser cuidadosos com a forma como dirigimos nossa força de trabalho (...) temos de ser capazes de elevar a produção de novo quando for necessário."

Da www.folha.uol.com.br

Nenhum comentário: